segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Transexual canindeense sonha com cirurgia de mudança de Sexo

Do Jornal Correio de Sergipe
Por Arícia Menezes
Dafnne Victoriah do Nascimento cresceu sentindo-se cada vez mais feminina. Sentia atração por rapazes e desde os seis anos de idade tinha certeza de que tinha a alma feminina. A única coisa que a diferencia do restante das mulheres é que Dafnne nasceu com um órgão sexual masculino.
 
No começo ela, que em hipótese alguma quer ser chamada como se fosse menino, acreditava ser homossexual, apenas, em 2005, com o amadurecimento, ela percebeu que era mais do que isso, que era transexual e gostaria de não ser mais lembrada como do sexo masculino. O maior sonho de Dafnne é conseguir realizar a cirurgia para mudar de sexo e  modificar seu nome perante a lei. No entanto, a cirurgia só é feita no Rio de Janeiro e custa em média R$ 100 mil. Como ela não tem condições de pagar o tratamento, está fazendo pelo SUS, mas alega que o Sistema Único de Saúde não quer cobrir os custos do tratamento fora do Estado, que  deve ser feito todo mês no Rio de Janeiro. 
 
Enquanto não consegue conquistar a cirurgia, Dafnne ficaria muito feliz se conseguisse mudar de nome e se tornar, para todos, uma mulher. “Não  gosto de ouvir meu nome de registro”, alega.  Para ela a mudança de nome e posteriormente de sexo seria uma nova vida. “Quero minha dignidade de volta, roubada durante anos de humilhações e limitações”, desabafa. Além de mudar definitivamente de nome e de sexo, Dafnne quer ter uma família. Hoje ela está em um relacionamento com alguém que a aceita e luta com ela enquanto aguardam a cirurgia, que deverá ser realizada em quatro anos. “Queremos casar e ter filhos”, diz animadamente.
Nome
O defensor público do núcleo de Defesa dos Direitos Humanos e Promoção  da Inclusão Social de Sergipe, Miguel Cerqueira, afirmou que os pedidos  para mudança de nome têm aumentado. Hoje existe a Lei de Registro Civil Público de número 6015/1973 que protege esses tipos de solicitações.  Através do argumento de que a pessoa é exposta ao ridículo por causa do nome, as ações são sentenciadas por um juiz. Mesmo sendo lei, o pedido pode não ser aprovado. A mudança de nome e de sexo nos documentos prevê o que está escrito na Constituição Federal, segundo o defensor Miguel. “O objetivo é garantir o que está na constituição e assim coibir a violência. Não precisa de penalidade, tendo em vista a garantia da dignidade haverá a prevenção de todas as formas de violências”, enfatiza.
A coordenadora do Centro de Referência de Combate a Homofobia de Sergipe, Cláudia Amélia Silveira Andrade, relatou que existe apenas um pedido de mudança de nome que foi aceito em Sergipe, um foi negado e existem oito em processo.

A coordenadora explica que a troca de nome não está diretamente ligada à cirurgia para mudança de sexo. “Tem gente que quer apenas mudar o nome, mas quer continuar com seus órgãos genitais”. Cláudia acredita que a mudança faz parte dos direitos já conquistados pelo grupo GLBTS- Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Simpatizantes. “É um direito a ser respeitado. A alteração de nome garante que seus valores também sejam respeitados”, pontuou.

FONTE: http://dv.amanhecernosertao.com/2014/10/transexual-canindeense-sonha-com.html

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